Especialista faz análise crítica sobre o estado em que se encontra a Educação do município de Campos dos Goytacazes.

22 de abril de 2014

Nos últimos dias, pelo menos dez manifestações, em diferentes creches e escolas de Campos, aconteceram por causa da falta de auxiliares. O problema parece que não é visto pela secretária municipal de Educação, Cultura e Esportes, sob comando da pasta por Marinéa Abude. Professores e diretores das escolas se queixam da inércia e do descaso daquela que deveria ser a primeira a lutar pela educação das crianças e jovens da cidade.

Professores alegam que são obrigados a trabalhar no improviso desde o início do ano letivo. Além da falta de profissionais – que a lei obriga que as instituições de ensino tenham – falta ainda infraestrutura em várias creches. São cadeiras quebradas, infiltrações, salas com mofo e uma infinidade de problemas que condenam a aprendizagem, além da falta de investimentos diretos na área da cultura.

Segundo a educadora Analice Martins, o crescimento esperado para Campos como consequência do favorecimento dos royalties, que coloca a cidade como o 13º maior PIB do Brasil, não alavancou o cenário cultural nem educacional no município. “Quantas salas de teatro temos? Quantas de cinema? Quantas de música e exposição? Quais as políticas públicas de fomento à produção artística? Aliás, o que entendemos por arte? Quantas bibliotecas públicas temos por regiões ou bairros? Qual o piso salarial dos professores do município? Qual o repasse de verbas efetivo à educação? Qual o estado de nossas escolas? Como se davam as eleições para escolha de diretores? Qual a real carência dos quadros de professores do município? Até quando ficaremos reféns de uma política de contratação e sucateamento? Onde estão as vagas dos professores concursados? Qual o investimento em sua formação e capacitação?”, questiona a professora.

O jornal Terceira Via tentou falar com a secretária de educação, Marinéa Abude, para que elea pudesse explicar os problemas na área da educação na cidade e responder todas as perguntas feitas pela professora Analice Martins e pela sociedade, mas ela não foi encontrada. Por isso, a nossa reportagem tentou uma entrevista com ela por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, mas eles também não deram nenhum retorno.

Diante de uma visível crise em um dos setores mais importantes de qualquer administração pública, Analice enfatiza: “De que nos ufanamos tanto afinal? Campos dos Goytacazes perdeu o bonde da história há muito tempo. E ainda mais descarrilado estará esse bonde quanto menos fizermos por uma educação pública de qualidade. O ensino público, gratuito e laico, de qualidade, deveria ser um direito de todos e uma das principais diretrizes de qualquer gestão municipal. Às vezes, é preciso reafirmar o óbvio, sem medo de ser feliz”, acrescentou.

Secretária chama professores de idiotas.
Em outubro do ano passado, um polêmico vídeo chamou atenção da sociedade campista. Nele, a secretária de Educação, Cultura e Esportes, Marinéa Abude, chamou os professores de idiotas. “E são esse ‘pessoalzinho’, esses ‘professorezinhos’ aí, eles estão a fim de baderna. Eles não estão a fim de reivindicar nada não”, relata o vídeo. Em outro trecho, a secretária afirma que os professores são idiotas. “No dia que vieram aqui pra frente, berraram, gritaram, acharam que eu estava aqui dentro. Mas eu estava muito longe daqui. Idiotas, acharam que eu estava aqui dentro”.
Mesmo sem agradar a maior parte da categoria e com a imagem profundamente desgastada, Marinéa Abude continua à frente da secretaria.

Fonte: Jornal Terceira Via/ publicado dia 15/04/14






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