Encontro com os Coroados

Partiram da Capital a 5 de setembro e, depois de 10 dias, chegaram à Vila de São Salvador dos Campos. Subindo o rio Paraíba no dia 27, alcançaram o lugar chamado Gamboa, distante 8 léguas da Vila, famosa ainda naquela época pela abundante produção de açúcar. Acharam ali uns trinta índios Coroados pouco mais ou menos, entre batizados e pagãos, com três casinhas muito miseráveis, feitas de barro cobertas com casca de pau, e tão baixas que era preciso baixar a cabeça para não dar com ela no telhado. Junto com eles agasalharam-se os missionários, felizes por esse primeiro contato, aproveitaram as luzes de um “língua” (intérprete), de nome Francisco Macedo, para entrar em comunicação com os coroados que, ao terem notícia da chegada dos padres missionários, afluíam, descendo o Rio Paraíba. Estes e outros índios, Guarulhos, coroados e puris, descendentes todos dos goitacás, tinham sido catequizados sucessivamente pelos capuchinhos franceses e pelos franciscanos. Não obstante os contatos com os civilizados viviam no estado selvagem, completamente nus, tendo as mulheres “mal encobertas as partes da cintura aos joelhos com uma tanga”. Ali celebraram a Santa Missa no altar portátil que lhe tinha dado o Vice-rei. Começaram a catequizá-los pois eram muito ignorantes, mas quatro meses depois já administraram o batismo a cinco crianças.

P. Frei Jacinto de Palazzolo





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