A Festa

Em torno da velha Igreja
Que os capuchinhos plantaram
Em forma de cruz
A cidade se reúne
Para a festa de São Fidélis

A Banda barulha
Colégios desfilam
Foguetes espocam
Os sinos convidam
Pra missa Solene.

A praça está contente
Enfeitada de barraquinhas
Parques e maxambombas
Carrocinhas de pipoca

E roletas de maçã
Garotos gritando!
Amendoim torradinho !
Vai querer ?

Preto velho anuncia;
– Olha o cachorro quente !
…gostoso e cheiroso ! …

Leiloeiro pregando:
Dou-lhe uma, duas e três !
… O frango é seu !…

Rapazes e moças
Namoram felizes
Enquanto os foguetes
E os bumbos da banda
Sacodem a festa
Do meu padroeiro.

Antonio Augusto de Assis

SAUDADES DE SãO FIDéLIS

São Fidélis, que saudade,
que saudade todos temos
da imensa felicidade
que em nossa terra vivemos!

Saudade de nossa gente,
de cada querido amigo,
de cada amado parente,
de cada colega antigo.

Saudade da geografia
que marcou a nossa infância,
e que em nossa fantasia
anula o tempo e a distância.

Vila Nova, Penha, Usina…
Gamboa, Destilaria..
Mora um sonho em cada esquina;
em cada rua há poesia.

Cambiasca, Grumarim…
Colônia, Ipuca, Pureza…
Ernesto Machado… e, enfim,
Bela Joana… beleza!

São Fidélis, quanta história
todos nós temos presente
lá no fundo da memória
e no coração da gente.

A história dos coroados,
a história dos capuchinhos,
dos bravos antepassados
que abriram nossos caminhos.

Saudade, principalmente,
da história que nós vivemos,
num ontem quase recente
que ainda vivo mantemos.

Cinquenta anos… sessenta…
de saudade e de emoção…
Um tempo que representa
nossa alegre geração.

Saudade do padre Augusto,
que em nossa bela Matriz
pregava um mundo mais justo,
mais fraterno, mais feliz.

Do professor Expedito,
semeador da cultura,
que até nos passando um pito
irradiava ternura.

Dona Morgada… saudade!
Matilde, Inaiá, Nadir…
As mestras de uma cidade
que amava tanto as ouvir.

Saudade dos bons doutores
Theodoro, Pedro, Brandão,
que curavam nossas dores,
catapora, indigestão…

Saudade do velho rio
que Deus aqui colocou,
e que por anos a fio
tantas gerações banhou.

Bar América, Orion…
Cine Império, que saudade!
Caldo de cana, bombom…
bom-bocado, brevidade…

Dona Porcina vendendo
seus sonhos por um tostão…
Sezefredo oferecendo
picolés de bom limão…

De tardinha a obrigação:
ao escutar o blem-blem,
toda gente ia à estação
ver passar festivo o trem.

No estádio se alvoroçavam
torcidas em grito altivo,
sobretudo se jogavam
Tabajaras e Esportivo.

Ah, São Fidélis, meu santo,
meu protetor muito amado,
onde esteja eu rezo e canto,
sabendo-o sempre a meu lado.

São Fidélis, padroeiro,
tal como os meus pais e avós,
todo dia, o ano inteiro,
eu rezo – rogai por nós!

Antonio Augusto de Assis





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